INTRODUÇÃO – INTELIGÊNCIA - RACIOCÍNIO
Os principais atributos do espírito, inerentes ao Todo (INTELIGÊNCIA
UNIVERSAL, FORÇA CRIADORA), são: inteligência, raciocínio, vontade, consciência
de si mesmo, domínio próprio, equilíbrio mental, lógica, percepção,
sensibilidade, capacidade de concepção e carácter.
“Afirma o Racionalismo Cristão que o Universo é
composto de Força e Matéria. A Força é o princípio inteligente, imaterial,
activo e transformador. A matéria é o elemento passivo e amoldável.” (Livro Racionalismo
Cristão, um dos livros essenciais da Doutrina, 44ª Edição (RC-44), cap. 2, pag
26).
O Racionalismo
Cristão subordina o valor da Matéria ao valor inerente ao Princípio
Inteligente, atribuindo exclusivamente a este conteúdos manifestáveis, ou
exteriorizáveis, resumidos no termo “atributos”.
Os atributos e faculdades do Todo são esses inumeráveis
recursos, meios ou elementos, nele residentes totalmente desenvolvidos, que o
mesmo utiliza como ferramentas na sua manifestação, exteriorização ou
expressão, sobre a Matéria, vibrando sem interrupção, acusando permanente acção
consciente e constantes demonstrações de vida.
Os atributos e faculdades do Todo são esses inumeráveis
recursos, meios ou elementos, nele residentes totalmente desenvolvidos, que o
mesmo utiliza como ferramentas na sua manifestação, exteriorização ou
expressão, sobre a Matéria, vibrando sem interrupção, acusando permanente acção
consciente e constantes demonstrações de vida.
O valor incomensurável desses atributos e faculdades
expressa-se na diversidade e grandiosidade de corpos e fenômenos que o Todo
(Inteligência Universal) produz por toda a parte, no imenso Universo.
Esses
atributos encontram-se, nos indivíduos, de cujo núcleo eles são exteriorizados,
irradiados ou projetados através de movimentos vibratórios, em todas as suas
ações dentro da matéria fluídica organizada. No início da evolução dos
indivíduos, os atributos do Todo estão neles latentes, enclausurados, portanto
são inatos.
Nesse percurso evolutivo da “FORÇA”, quando atinge o
patamar de espírito, certos atributos, como a capacidade de raciocinar e a vontade,
já estão suficientemente desenvolvidos, para lhes permitir expressar-se de
acordo com o livre-arbítrio próprio, sem subalternização ao arbítrio de outrem.
Atente-se bem na seguinte passagem do livro RC-44, pag.43-44: “Os movimentos
são irradiados de um núcleo de Força, que é o espírito, na imensidão de uma
essência idêntica [à essência do espírito], que é o Todo, assinalando o
poder atrativo que faz com que atributos desse Todo convirjam para o núcleo,
desenvolvendo-o e dando-lhe maior potencialidade”. Quer dizer que devemos
distinguir, num atributo qualquer, a sua parcela inata das suas parcelas
adquiridas na luta que o indivíduo trava em favor da sua interminável evolução.
ATRIBUTO - INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL
A Inteligência Humana, - citação (Literatura não
Racionalista Cristã) caracteriza-se por “funções psicológicas ou conjuntos de
funções graças às quais o organismo se adapta ao seu meio produzindo
combinações originais de condutas, adquire e explora conhecimentos novos e,
eventualmente, raciocina e resolve os problemas de uma maneira conforme às
regras destacadas pelas formalizações da lógica” (DORON, Roland e PAROT,
Françoise, (2001), Dicionário de Psicologia, Lisboa, Climepsi Editores.).
Interpretando o que está acima transcrito, portanto dito de outras palavras, a
inteligência é um conjunto de funções que o homem inatamente possui, que ao
longo da vida vai desenvolvendo e crescendo, que o ajudam a adaptar-se ao meio
em que vive bem como a tomar decisões e a escolher perante os obstáculos que se
apresentam.
Assim na terminologia da ciência materialista, o raciocínio, a
memória, a linguagem e a emoções são componentes da inteligência humana, sem os
quais o ser humano não se tornaria autônomo e apto a sobreviver.
Enquanto, na (Literatura Racionalista Cristã) - No
Todo, a Inteligência está completamente desenvolvida, ou evoluída: ele conhece
todas as suas possibilidades de ação, podendo negar umas e determinar-se
irreversivelmente a favor de outras, em função do valor maior destas. A
consciência instintiva, consciência animal, ou conscienciosidade, é comum ao
ser humano e ao animal inferior.
Ao nível do espírito, essa consciência é a
base para o cultivo e crescimento da inteligência, a lapidação do espírito –
diz o Dr. Pinheiro Guedes no livro Ciência Espírita – afastando-se
progressivamente das respostas automáticas inatas, impostas pelos instintos aos
seres vivos. Nesta óptica de ideias, é o espírito através da sua
sensibilidade que recebe as impressões, ou os abalos.
A inteligência, por sua
vez, as compreende, isto é, colhe, abrange, analisa e compara as sensações e
emoções, os pensamentos e sentimentos, e os incorpora numa só e mesma unidade
cognitiva interiormente consonante e constante, ou seja, numa imagem útil do
mundo externo e interno.
Para o Dr. Pinheiro Guedes, “a inteligência
[espiritual] é um aparelho admiravelmente constituído, para receber os produtos
das impressões dos órgãos dos sentidos e convertê-los em sensações, ideias,
pensamentos e sentimentos; e assim também as emoções; tudo discernindo” (pag.143-144).
Parafraseando, o livro Racionalismo Cristão, 44ª Edição, (RC-44) pag.44 -
considera a “A inteligência, como atributo mestre do espírito, orienta os demais,
apurando-os e contribuindo para torná-los melhores e mais eficientes.”
Ainda
citando, Pinheiro Guedes – “A inteligência no homem é uma oficina completa,
perfeita; ela possui todos os instrumentos necessários à inspeção do Universo,
à análise e à síntese de todos os fatos da natureza e à descoberta das leis
que os regem” (cf. Ciência Espírita, tema Formação da Inteligência, pag.150).
ATRIBUTO - RACIOCÍNIO
O atributo raciocínio, ou a faculdade de raciocinar,
habilita a pessoa a conjecturar com lógica. “Recebo um convite para jantar.
Devo aceitar ou desculpar-me? Peso os prós e os contras e, em definitivo,
decido: não irei” (Paul Foulquié).
Segundo Lalande (Filósofo Francês),
raciocinar é “a operação pela qual se conclui que uma ou várias proposições (premissas)
implicam a verdade, a probabilidade ou a falsidade de uma outra proposição (conclusão).”
Para Maria Cottas, escritora do Racionalismo Cristão,
afirma que, "é do raciocínio e da capacidade de percepção dos seres
humanos que nasce a compreensão de todas as coisas”.
Queríamos chamar atenção que não se deve confundir o atributo
raciocínio com a operação de raciocinar. O atributo é um instrumento, enquanto raciocinar
é manejar esse instrumento.
Com adesão e sujeição a determinadas orientações
sustentadas pela longa experiência vivida pelos seres, em várias existências
físicas (o princípio da não-contradição, o princípio do imperativo
predeterminante e imutável, o princípio do facto gerador ou actualizador etc.),
partindo de determinados princípios-premissas e avançando concisamente, com
clareza e segurança, para uma proposição culminante que se imponha a
qualquer inteligência espiritual: a solução racional, ou conclusão racional.
Diz Luiz de Souza, no livro A Felicidade Existe, que:
a) “A pessoa, em geral, não se lembra do que
aprendeu nas vidas percorridas, mas o desenvolvimento que obteve manifesta-se,
parcialmente, de vários modos, inclusive nesse de raciocinar bem” (13ªEdição,pag.208);
b) “O raciocínio conduz a criatura a soluções
racionais, pois quem raciocina, pensa, argumenta, compara, pesa, deduz e
conclui” (pag.205), e que “a prática do raciocínio deve repousar em exercício
sistemático, em que, em lugar de serem considerados os fatos superficialmente,
pela rama, pelas exterioridades, se aprofundem no estudo das questões,
investigando todos os ângulos, separando os prós dos contras, medindo-os, até
dissecarem toda a matéria em apreciação. Esta é a maneira de se encontrar a
razão e a justiça no interior dos factos” (pag.205-206);
c) “Para raciocinar bem é indispensável
saber ordenar os pensamentos, e desenvolvê-los cronológica e dedutivamente. São
as ciências matemáticas as que melhor coordenam os elos de uma cadeia, e
permitem armar o problema numa equação de possível solução” (pag.208);
d) “Quando o indivíduo puder apresentar
proposições irretrucáveis, estará em condições de levar de vencida a sua causa”
(pag.209);
e) “O Racionalismo Cristão é Doutrina
que exalta a força do pensamento, o valor do critério, o poder do raciocínio. É
seu lema raciocinar sempre, da melhor maneira possível. O raciocínio esclarece,
ilumina, representa uma segunda visão” (pag.210);
f) “Se os erros campeiam tão abundantemente
pela Terra, pode-se afirmar que a sua causa principal é o descaso pelo uso do
raciocínio, que leva os seres a atuarem, precipitadamente, sem a indispensável
prudência e moderação” (pag.206).
Maria Cottas reforça essas afirmativas dizendo que “a
falta de prudência no uso do pensamento, que é peculiar em muitas pessoas,
e a falta de compostura nos hábitos quotidianos, observada em tantas
outras, provocam consequências tristes, influências negativas de toda ordem,
vindas de espíritos desencarnados que perambulam pela atmosfera fluídica
da Terra”.
António Cottas (Consolidador da Doutrina), afirma que, “As
consequências da prática do mal ficam para aqueles que não querem raciocinar
com inteligência”.
Para o livro RC-44, pag. 45 “O raciocínio constitui
valioso atributo espiritual de que dispõe o ser humano para analisar os factos
da vida e tirar dos acontecimentos as lições que lhe puderem ser úteis. O
raciocínio é como que uma luz projetada sobre os problemas difíceis da
existência, para torná-los claros e compreensíveis. Além de nortear o espírito
no curso da sua evolução, ele representa, ainda, um poderoso instrumento de
defesa contra o convencionalismo mundano, contra o fanatismo, contra as
mistificações de qualquer natureza, que produzem subordinações indicativas de
formas agudas ou amenas de avassalamento.”
E para terminar: se a força de vontade é chama interior
que conduz à vitória os que a sabem alimentar, o raciocínio habilmente manejado
é a chama que ilumina os passos da pessoa que se esforça por adquirir mais e
mais inteligência, mais e mais Luz, mais e mais experiência, mais e mais
conhecimentos, mais clara concepção da vida e maior capacidade de raciocínio.
ATRIBUTOS ESPIRITUAIS – INTELIGÊNCIA - RACIOCÍNIO
Por Professor Alcides João Ramos
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