O Mar!
Cercando prendendo as nossas Ilhas!
Deixando o esmalte do seu salitre nas faces dos pescadores,
roncando nas areias das nossas praias, batendo a sua voz de encontro aos montes,
… deixando nos olhos dos que ficaram a nostalgia resignada de países distantes …
… Este convite de toda a hora que o Mar nos faz para a evasão!
Este desespero de querer partir e ter que ficar! …
— Poema do Mar, Jorge Barbosa

Esse país - Manel d´Novas - 1980

I

Bem conché, esse Mindelo piquinino
Bem conché, sabura di nôs terra

Bem conché, esse paraíso di cretcheu
Qui nôs poeta, cantá co amôr
Na sês verso imortal criôl
Quem cá conché Mindelo
Cá conchê Cabo Verde

II

Bem disfrutá morabeza
Dess povo franco sem igual
Li nô ca tem riqueza
Nô ca tem ôr nô ca tem diamante
Ma nô tem, esse paz di Deus
Qui na mundo ca tem
E esse clima sábe qui Deus dóne
Bem conché "Esse país"

por Manel d´Novas - 1980
Colaboração: Nuno Álvares Lopes Vasconcelos















ESTE PAÍS - Manel d´Novas (português)

I

Vem conhecer Esse Mindelo pequenino
Vem conhecer O sabor da nossa terra

Vem conhecer Este paraíso dos amantes
Que os nossos poetas Cantaram com amor
Nos seus imortais versos crioulos
Quem não conhece Mindelo
Não conhece Cabo Verde

II

Vem desfrutar a gentileza
Desse povo franco sem igual
Cá não temos riqueza
Não temos ouro, Não temos diamantes
Mas temos essa paz de Deus
Que no Mundo não há igual
E esse clima maravilhoso
Que Deus nos deu
Vem conhecer este país

Colaboração: Nuno Álvares Lopes Vasconcelos
Tradução: Aida Luz























Curiosidade sobre o autor deste soneto:
O nome Manel d'Novas vem do nome do barco onde ele trabalhava.
O barco se chamava "Novas de Alegria" e é próprio do nosso povo de Cabo Verde, atribuir "nominhos" (alcunhas) que identifiquem as pessoas e o que elas fazem.
Manel d’Novas, músico e poeta, era um dos tripulantes desse barco que fazia viagens entre Cabo Verde e Dakar no Senegal.
Colaboração: Aida Luz