O Mar!
Cercando prendendo as nossas Ilhas!
Deixando o esmalte do seu salitre nas faces dos pescadores,
roncando nas areias das nossas praias, batendo a sua voz de encontro aos montes,
… deixando nos olhos dos que ficaram a nostalgia resignada de países distantes …
… Este convite de toda a hora que o Mar nos faz para a evasão!
Este desespero de querer partir e ter que ficar! …
— Poema do Mar, Jorge Barbosa

Reencarnação

A reencarnação é facultada ao espírito para lhe permitir a continuidade da sua evolução, mudando de corpo em corpo, quando este já se encontra decadente, degenerado e desgastado pelo trabalho físico, dando lugar, conseqüentemente, à exaustão orgânica, fase preliminar da morte ou desencarnação. Nesse estágio, o corpo, qual carro do espírito, já não lhe dá garantia nenhuma.



Logo, é preciso o seu desprendimento e ascensão ao seu Mundo de Luz, de onde, aguardando uma fecundação no planeta Terra, vem ficar ao lado da gestante, construir o seu novo corpo, fornecendo-lhe, através de cordões fluídicos, tudo quanto é necessário para o seu desenvolvimento físico, até completar nove meses, tomando a posse definitiva dele logo após o nascimento.

Um espírito consciente dos seus deveres tem o corpo físico como uma prisão gratificante, pois sabe que sem este se torna impossível a sua evolução no planeta Terra. Sabe que esse estar sob as chaves é passageiro, servindo de trampolim para galgar maior evolução.

A reencarnação é tão necessária ao corpo decadente quanto ao espírito: enquanto aquele, já cansado e gasto, requer descanso, este, incansável, porque o cansaço é próprio da matéria, sem solução de continuidade, quer atividade, dando seqüência à sua evolução, entendendo que o princípio e o fim do espírito é, em síntese, a eterna evolução. Isso faz lembrar o cavaleiro que muda de montada para continuar a caminhada.

O espírito serve-se do corpo físico apenas como suporte material para as várias funções que terá de desempenhar no planeta Terra, a fim de resgatar, pelo estudo, raciocínio e sofrimento, os erros cometidos nas outras encarnações.

Os fenômenos naturais da encarnação, desencarnação ou morte e reencarnação eram conceitos de aceitação comum até 325 d.C. Porém, o imperador Constantino, O Grande, e sua mãe, Helena, ordenaram que fossem eliminadas do Novo Testamento todas as referências alusivas à reencarnação. Em 553 d.C., pelo Concílio de Constantinopla, foi decretada a abolição desse conceito, tendo em conta de heresia, temendo o descrédito e o enfraquecimento das rendas da Igreja Católica. Entretanto, Clemente de Alexandria, S. Jerônimo, entre outros dignitários da Igreja Catódica, continuaram a acreditar na reencarnação.

Seria um erro emblemático, passível de todas as condenações, se as Forças Criadoras não permitissem às criaturas que falecem ignorantes e inocentes a oportunidade de, através das reencarnações sucessivas, conquistarem a luz ou a evolução, que são bens predisponentes e comuns a todo o gênero humano.

Reencarnação
Por Martinho de Mello Andrade
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