O Mar!
Cercando prendendo as nossas Ilhas!
Deixando o esmalte do seu salitre nas faces dos pescadores,
roncando nas areias das nossas praias, batendo a sua voz de encontro aos montes,
… deixando nos olhos dos que ficaram a nostalgia resignada de países distantes …
… Este convite de toda a hora que o Mar nos faz para a evasão!
Este desespero de querer partir e ter que ficar! …
— Poema do Mar, Jorge Barbosa

QUE TE ESTÃO FAZENDO, NOSSO QUERIDO CABO VERDE?

31 de Janeiro de 2015, o último dia do primeiro mês de um ano que desejámos fosse bom para todos nós, nossos amores nossos familiares, nossos amigos.
Porém chega a noite e na hora que separa os dias toca o telefone, e como uma aragem gélida, agreste, nos chicoteia o rosto, faz nosso raciocínio parar, estremecem nossas entranhas, não conseguimos sequer silabar palavras que teimam em colar nossos lábios.

Há um sentimento de tristeza intensa, de negação às evidências, não querendo acreditar no acontecimento que vem escurecer uma imagem que tínhamos e queríamos conservar de um Cabo Verde onde o crime não existia, onde todos eramos amigos, onde a calma, a boa vontade, o amor ao próximo  sempre conseguia sobressair, no contexto de um povo amigo, de costas viradas à violência, à descriminação entre os povos,  quer entre raças, credos ou classes sociais.

Infelizmente, como uma tempestade imensa, chega a notícia do desaparecimento físico de uma grande amiga, a quem foi ceifada a vida, de forma fria, violenta, cobarde, a quem era amiga de toda a gente, estimada por crianças, jovens ou idosos.

Hoje já não podemos contar com a sua voz afável, melodiosa no cantar, amável nas relações com todos com quem trabalhava ou convivia.

A essa mulher ímpar que ficará em nossas memórias para todo o sempre, dirigimos nossos mais puros sentimentos, nosso constante vibrar de amor espiritual, cheio de energia e luz, que a ajudem a percorrer o último trajecto desta viagem que agora chegou ao fim e empreendeu com todos nós.

Agora, nesta estação onde nos separámos, te dizemos um adeus sentido e esperançoso de que encontres a paz que anseias e possas, em consciência, continuar o teu caminho, pois sabemos que ele não acabou no triste quadro derradeiro desta vivência, ele foi apenas mais um quadro numa exposição sempre aberta a novas obras.

Unimo-nos a teu querido marido, filhos, netos e restantes familiares, num abraço sentido e de gratas recordações pelos momentos que tivemos a felicidade de conviver.
Obrigada “QUERIDA E INESQUECÍVEL LÓLÓ”, por teres feito parte das nossas vidas. Leva contigo nosso abraço de muito amor e carinho. 
                            
Aida e Antão Lopes da Luz
01 de Fevereiro de 2015

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