O Mar!
Cercando prendendo as nossas Ilhas!
Deixando o esmalte do seu salitre nas faces dos pescadores,
roncando nas areias das nossas praias, batendo a sua voz de encontro aos montes,
… deixando nos olhos dos que ficaram a nostalgia resignada de países distantes …
… Este convite de toda a hora que o Mar nos faz para a evasão!
Este desespero de querer partir e ter que ficar! …
— Poema do Mar, Jorge Barbosa

Augusto Messias de Burgos - Sua vida e sua família - Por Martinho de Mello Andrade

O cabo-verdiano Augusto Messias de Burgos, conhecido como Maninho de Burgos, nasceu em 12 de julho de 1868 na Ilha de São Vicente, e desencarnou no dia 23 de abril de 1945 na Cidade de Santos, Brasil, é filho do espanhol José Messias de Burgos e Isabel Messias de Burgos, e segundo pesquisas, no dia 06 de julho de 1909, teria participado do início do verdadeiro cristianismo depois de Jesus, como elo de ligação entre o espírito do Padre António Vieira e os benfeitores; Luiz José de Mattos e Luiz Alves Thomaz.

De acordo com as suas netas senhoras Amarylís (86), Amyrthis (85) Annyce (84), apesar da idade avançada... "o vovô era um homem forte, entretanto, ao sofrer uma queda do bonde elétrico, na Cidade de Santos, ficou gravemente ferido com falência múltipla de órgãos, que o levou a óbito aos 76 anos... o vovô concluiu os estudos de instrução primária e também estudou música em Cabo Verde... lá ele conheceu a vovó Rita de Cássia Fortes, os pais da vovó Rita — Mateus Adrião Fortes e Geralda Fortes — ao saberem, que o vovô Maninho tinha planos de viajar para o Brasil, opuseram-se ao casamento."

Assim, Maninho, ainda muito jovem, descontente, viajou sozinho para a Cidade de Santos, entretanto, a senhora Geralda Fortes ao perceber a tristeza de sua filha Rita, permite que ela viaje para o Brasil desde que acompanhada de sua irmã Lorensa Fortes. Foi assim que Maninho de Burgos se casou na Cidade de Guarujá e a jovem passou a ser chamada de Rita de Cássia Burgos. Ela nasceu na Ilha de São Vicente em 22 de maio de 1872, tendo desencarnado aos 79 anos, também na Cidade de Santos, em 05 de janeiro de 1952.



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O casal teve 5 filhos: Maria da Luz Burgos, José Messias de Burgos, Augusto Messias de Burgos Júnior, Oriza de Burgos e Isabel de Burgos e, segundo suas netas, seu avô costumeiramente correspondia-se com amigos de Cabo Verde que o mantinham a par sobre as noticias de sua terra.

Augusto Messias de Burgos trabalhou e aposentou-se como escriturário da Companhia Docas de Santos, que por força do trabalho tinha contatos e o respeito das autoridades de bordo dos navios aportados e era comum vê-los em sua residência.

De acordo com as senhoras Amarylís (86), Amyrthis (85) e Annyce (84), netas de Augusto Messias de Burgos, por volta de 1905 "seus avós sofreram muito quando o segundo filho de 17 anos, José Burgos, previu a própria desencarnação, isto mergulhou seus avós na espiritualidade... a casa deles sempre era frequentada por homens trajados de sobretudo preto, e no início do século, eles viviam numa modesta casa situada na Avenida Rangel Pestana nº 79, Vila Mathias, na cidade de Santos, SP".



Segundo pesquisas, foi nessa Rua Rangel Pestana n. 79, atualmente bem diferente, numa humilde casa do médium Augusto Messias de Burgos, próximo ao sopé do morro Monte Serrat, que em 06 de julho de 1909, Maninho de Burgos teria sido o médium de contato dos primeiros momentos da fundação da Filosofia Espiritualista Racionalista Cristã no mundo Terra, e sob orientação do espírito de Padre António Vieira, passou a batuta de seu pequeno e humilde centro espírita ao Senhor Luiz José de Mattos. Foi assim que o trio Luiz Alves Thomaz, Manoel João Alves e Luiz José de Mattos, juntos, assistiram pela primeira vez, a uma reunião espírita.



E no dia 26 de janeiro de 1910, na casa de propriedade de Luiz Alves Thomaz, Augusto Messias de Burgos, esteve presente na primeira reunião para a elaboração do estatuto, eleição da diretoria e escolha do nome da entidade que estavam instituindo, portanto, esteve no momento de abertura oficial do Centro Amor e Caridade de Santos, que aconteceu na Rua Amador Bueno 190, Cidade de Santos, conforme Ata de Abertura em anexo, mas não indica evidências de que Maninho de Burgos, tenha participado nos estudos iniciais do racionalismo científico, ficando a certeza de que o Racionalismo Cristão na sequência dos fatos, foi codificado e solidificado apenas pelos senhores Luiz José de Mattos e por Luiz Alves Thomaz - uma doutrina espiritualista filosófica que se iniciava por orientações da plêiade do Astral Superior.

Porém, Augusto Messias de Burgos, participou ativamente na campanha de arrecadação de gêneros alimentícios, entre a população de Santos, a fim de auxiliar a amenizar a fome que no início do século afligia o povo de Cabo Verde.

Como a Cidade de Santos no principio do século XX, ainda era muito pequena, a arrecadação não seria significativa, a atitude benemérita de Augusto Messias de Burgos, de alguma forma tocou o benfeitor Senhor Luiz Alves Thomaz, que prontamente em nome do Centro Amor e Caridade de Santos, ofereceu-se para completar o restante do navio.


Foi assim que, por suas atividades nas Docas de Santos e estar próximo aos amigos Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz, como filho de Cabo Verde, coube a ele a tarefa, em nome do Centro Amor e Caridade de Santos, acompanhar o navio procedente de Santos para Cabo Verde - fato preponderante que sensibilizou toda a população cabo-verdiana.

Com a saída desse navio do porto de Santos, no dia 03 de agosto de 1911, carregado de alimentos, tais como, milho, feijão, arroz, açúcar e outros cereais, nesse mesmo dia, o então governador de Cabo Verde, Senhor Júdice Bicker ao saber da notícia, agradeceu publicamente esse gesto de generosidade humanitária.

Ao chegar o navio em Cabo Verde, iniciou-se a distribuição dos alimentos entre as 9 ilhas, e para que essa ajuda chegasse aos famintos, Maninho de Burgos contou com a pronta colaboração do armador local, o italiano Sr. Geobata Morazzo que lhe ofereceu um de seus barcos com a tripulação e, seu filho Henrique Baptista Morazzo, também participou da entrega dos alimentos entre os famintos das ilhas.


Tudo indica que, o Senhor Augusto Messias de Burgos foi quem entregou pessoalmente, não perdeu tempo e nem confiou em ninguém, portanto, fez valer que os alimentos chegassem as mãos dos famintos.
 distribuição entre ilhas durou aproximadamente 90 dias, e terminou na data de 23 de novembro de 1911, quando o Senhor Augusto Messias de Burgos, como representante do Centro Amor e Caridade de Santos, foi louvado pela Câmara Municipal de São Vicente, conforme documento Ata de Reunião da Camara Municipal da Ilha de São Vicente do mesmo dia.

Vale lembrar que na chegada de Augusto Messias de Burgos, ao arquipélago de Cabo Verde em agosto de 1911, levando alimentos, além de atenuar a fome reinante, estava semeando o esclarecimento espiritual ao povo cabo-verdiano. E, nada mais natural, que nesse período, fosse questionado sobre a origem da generosa oferta, quem era e o que fazia o Centro Amor e Caridade de Santos.


Esse fator, marcou profundamente a história do país, pois, além dos cereais, Maninho de Burgos carregava em sua alma a semente da "Corrente Fluídica", que germinou tão forte quanto seu amor pelo chão que o viu nascer, e, assim como sua alma sementeira atravessou o oceano, Cabo Verde tornou-se um viveiro de almas sementeiras que renascem em outros países.
Tudo indica que,
Maninho de Burgos
teria sido vítima desta
situação dos bondes

No livro “O Espiritismo Cristão no Brasil – O Centro Espírita Redentor, sua Fundação, Sua Vida e Suas Obras, Rio de Janeiro, em 1912 e 1913”, na página 64, Luiz de Mattos escreveu sob o título “Centros Filiados”, nos anos de 1912 e 1913, os Centros Espíritas que pediram instruções e filiação, está o Centro Caridade e Amor – São Vicente – Cabo Verde. Poder-se-ia dizer que tanto pode ser o Cónego Teixeira, como o Senhor Morazzo, ou quem sabe até o próprio Maninho de Burgos que tenha formalizado esse pedido.

Nas publicações seguintes, do mesmo livro, de 1914 e 1915, foi mantido o Centro Caridade e Amor como filiado. Ao contrário da edição de 1917 a 1921, publicada no ano de 1921, que citou o Senhor Henrique Morazzo como Presidente. 

Pode-se observar que, no ano de 1912 o Cónego Teixeira, veio a ser excomungado por apresentar seus conhecimentos espiritualistas ao Papa Pio XNesse contexto, é possível acreditar que Maninho de Burgos, entre 1911 e 1912, plantou a primeira semente da Doutrina Racionalista Cristã em Cabo Verde.

Há quem afirme que a presença de Augusto Messias de Burgos em Cabo Verde, completou a ideia original de Padre António Vieira, pois, este quando se recolhia em Cabo Verde para descansar, entre viagens Brasil-Portugal, notou claramente a natureza desse povo gentil de alçar-se ao mar, assim poder-se-ia dizer que, Maninho de Burgos nada mais foi do que um instrumento ao levar alimentos ao povo cabo-verdiano, levou também a ideia da "corrente fluídica", que por sua vez a levam a outros países, e hoje passados pouco mais de um século, pode-se dizer que, em muitas almas cabo-verdianas, ao emigrarem, carregam consigo a ideia original de Padre António Vieira: a propagação da Doutrina de Jesus.

Vale também recordar os "pontos altos" de sua marcante passagem por Cabo Verde:


=> Mensageiro do donativo alimentar encaminhado pelo Centro Amor e Caridade de Santos aos famintos do arquipélago.


=> Curou de tuberculose o Senhor Henrique Baptista Morazzo.


=> Augusto Messias de Burgos era médium receitista. Prescrevia tratamentos guiados pelo espírito do médico, Custódio José Duarte.


=> Representou o Centro Amor e Caridade de Santos na Câmara Municipal de São Vicente - CV - 23-11-1911.


=> Foi citado por diversas vezes, na tese ao doutorado do Professor João Vasconcelos.


=> Também foi citado nominalmente na tese de doutorado do Doutor João Lopes Filho, como evidência na participação do Cónego Teixeira de entrar para o Racionalismo Cristão em 1911, e viria a ser excomungado em seguida pelo Papa PIO X.


"Costa Teixeira entrou para o Racionalismo Cristão, participando no Centro Espírita Caridade e Amor, no ano de 1911, agosto de 1911, mês em que o médium Augusto Messias de Burgos se deslocara do Brasil para o arquipélago a fim de distribuir alimentos pela população assolada pela crise."


=> Posteriormente, foi citado no relatório do Cónego Teixeira encaminhado ao Papa Pio X, em 02 de setembro de 1912;

Passando-se e demorando-se nessa ilha dois médiuns, vindos do Brasil, tive eu a felicidade de observar mais caracteristicamente, a extraordinária evidência e importância moral dos fatos."


Nossa Observação: ao contatar as netas do Senhor Augusto Messias de Burgos, as mesmas afirmaram que sua avó nunca retornou a Cabo Verde, portanto, se desconhece quem seja este segundo médium que tenha auxiliado ao Senhor Burgos. 


=> Tudo indica que também Maninho de Burgos tenha participação em 1912, no pedido de filiação, do Centro Espírita Caridade e Amor – São Vicente – Cabo Verde, uma vez citado no livro “O Espiritismo Cristão no Brasil – O Centro Espírita Redentor, sua Fundação, Sua Vida e Suas obras, Rio de Janeiro, em 1912 e 1913”, na página 64, de Luiz de Mattos sob o título “Centros Filiados” nos anos de 1912 e 1913.

=> Mas nem tudo foram flores, pois também foi criticado pelo Jornal "A voz de Cabo Verde", que os alimentos não estariam chegando as mãos dos mais necessitados. Soube manter a calma, não respondendo a agressão e sim agradecendo ao manifesto do governador no mesmo Jornal.

Comunicação (parcial) Doutrinária dada na reunião pública de 09 de junho de 2014, pelo Espírito Superior de François Miterrand – Centro Filial do Madeiralzinho, São Vicente - Cabo Verde
"...Amigos, tudo já estava planeado no Astral Superior, e a passagem do Grande António Vieira, não foi por acaso, pois como vos disse, tudo já estava planeado astralmente para a formação dessa Tríade – Portugal, Cabo Verde e Brasil.
A implantação do Racionalismo Cristão, sob o Bastão Astral do Grande António Vieira, executada com mestria na Terra pelos Grandes Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz, que saíram de Portugal, para implantarem esta Doutrina no Brasil – nada por acaso meus amigos – cabendo-vos a vós cabo-verdianos essa nobre missão de expandir e difundir o Racionalismo Cristão pelos quatro cantos do mundo – nada por acaso – pois, o acaso não existe neste Universo Infinito. A implantação do Racionalismo Cristão no Brasil, também não foi por acaso pois, o Brasil reunia as condições político-sociais que permitiam a implantação desta Doutrina."


Augusto Messias de Burgos, ao retornar a Santos, continuou com sua vida e nunca mais voltou a Cabo Verde. Foi o fundador da Banda de Música Sociedade Musical União Portuguesa, e maestro da banda Sociedade Musical Luso-Brasileira, até o ano de 1940 e, em 1936, lançou o livro de sua autoria “Música e Músicos”. Sendo citado entre os maiores nomes na Galeria dos Maestros Santistas no Jornal A Tribuna, edição comemorativa do centenário de Santos, em 26 de janeiro de 1939.

O casal Burgos era afetuoso com a família e todos viviam à Rua Carvalho de Mendonça nº. 391, local onde Maninho repassava seus conhecimentos de música aos filhos e netos, enquanto sua esposa Rita de Cássia, atenta, ensinava suas netas a dedicarem orações ao Dr. Custódio José Duarte.

Ainda, segundo suas netas Amarylís (86), Amyrthis (85) e Annyce (84), sua casa quase sempre estava cheia de pessoas enfermas que o procuravam para tratamento de seus males. Entre outros, o caso de um cidadão que sofria de tuberculose aguda e já desenganado, o médico sentindo-se impotente, indicou o enfermo a Maninho de Burgos, que o curou.

Seu terceiro filho Augusto Messias de Burgos Júnior de 22-11-1902, contraiu matrimônio com a Senhora Lucinda Leal Burgos de 26-02-1909 e tiveram 6 filhos, todos nascidos em Santos:
Amarylís Leal Burgos, de 12-11-1927,
Amyrthis de Jesus Burgos da Silva, de 25-12-1928,
Annyce Burgos de Brito, de 23-01-1930,
Augusto Messias de Burgos Neto, de 18-08-1932 / +22-6-2022.
Aymee Burgos Ferreira, de 20-10-1935,
Amaury Burgos, de 09/10/1938.

Como músico, o Senhor Burgos Junior foi considerado o flautista nº. 1 da cidade de Santos, e também fundou o conjunto musical “Jazz Cadetes Santistas”. Na vida profissional, Augusto Messias de Burgos Júnior estudou contabilidade e trabalhou como bancário e, a exemplo do pai, era músico, professor de música e incentivava seus filhos e filhas à música e ao esporte.


Sua neta Annyce Burgos de Brito, nos anos de 1947 e 1948 foi vitoriosa nos 100 metros rasos e no revezamento 4x100 metros campeã do troféu Brasil de Atletismo.


Amarylís Leal Burgos, outra de suas netas, em 1948 e 1950, também foi uma das grandes atletas da época. Atualmente, Amarylís e sua irmã Annyce, participam ativamente do Coral de Veteranos do Centro de Memória Esportiva de Santos – De Vaney.

A outra neta Amyrthis de Jesus Burgos da Silva, trabalhava como escriturária e como as demais irmãs, também praticava moderadamente o atletismo e, atualmente, participa do coral do Liceu Santista.

Augusto Messias de Burgos, unia sua família através da música. E, seu filho Júnior, também músico, sabendo como alegrar ao pai, ensaiava as 3 irmãs ao canto e nos finais de semana as levava para cantar no programa infantil “Dindinha Sinhá” na Rádio Clube de Santos.

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Assim, hoje, no diapazão de seu caminhar, o espírito do Maestro Senhor Augusto Messias de Burgos em seu mundo próprio de evolução, pode sentir a vibração dos símbolos de países que tanto amou, tremulando em outros países.

Augusto Messias de Burgos - Sua vida e sua família
Por Martinho de Mello Andrade
Militante do Racionalismo Cristão, ex-Diretor Secretário da Filial Ilha de São Vicente e atual militante da Filial do Centro Redentor da Ribeirinha – São Vicente – Cabo Verde.

Conheça: Burgospedia - Comunidade Burgalesa




Colaboração:
• Antão José Lopes da Luz
Presidente Casa Racionalista Cristã, Filial Seixal - Portugal,
• Professor Alcides João Ramos,
Diretor Secretário da Casa, Racionalista Cristã, Filial Avenida Holanda - São Vicente, Cabo Verde e,
• Wilson Candeias, estudioso da Doutrina Racionalista Cristã, Brasil


Especial agradecimento a:

Sobre o autor Martinho de Mello Andrade

O Sr. Martinho de Mello Andrade é natural da Ilha de São Nicolau, tem várias obras publicadas, entre outras: 
Drama de uma Família Cabo-verdiana, Queda do Artigo Quarto, Embaixatriz, Ilha de São Nicolau - Memórias, Pão do Espírito, Aurora Espiritual, A Chave do Cadáver e Porque Sou Racionalista Cristão.

Em preparação: Poemas Oportunos

BIBLIOGRAFIA:
Colaborador dos jornais:
A Razão (Brasil), A Semana, Correio de São Jorge (Açores), Horizonte, Novo Jornal, Notícias, Terra Nova, Thuba (USA) e Voz do Povo

Colaborador nas revistas:
Artiletra, Fraternidade (Portugal) e Presença Crioula/Cabo-verdiana
Alguns de seus artigos e poemas publicados:

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