Denúncia em ANGOLA: faltam saúde e faltam escolas, falta cidadânia!
SOBRAM desatenção, malcriação e a invasão dos CHINESES!
Somos o
povo especial escolhido do Sr.
Engenheiro. E como povo especial escolhido por ele, não temos água nem luz na
cidade. Temos asfalto cada dia mais esburacado...
Os que,
de entre nós, vivem na periferia, não têm nada. Nem asfalto. Só miséria, lixo, mosquitos, águas paradas. Hospitais?! Nem pensar. O povo especial
não precisa. Não adoece. Morre apenas sem saber
porquê. E quando se inaugura um hospital bonito e ficamos com a esperança de
que as coisas vão mudar minimamente, descobre-se que as máquinas são chinesas, com manuais chineses sem tradução e
que ninguém sabe operá-las...
Estas
são opções especiais para um povo especial.
Educação?! O povo especial não precisa. Cospe-se na rua (e agora com os chineses, temos que ter cuidado para não caminharmos sobre escombros escarrados de fresco...), vandalizam-se costumes, ignoram-se tradições.
Escolas
para quê e para ensinar o quê?! Que o Sr. Engenheiro é um herói porque fugiu ali algures da marginal acompanhado de outros tantos magníficos?!
Que a
Deolinda Rodrigues morreu num dia fictício que ninguém sabe qual mas nada os
impediu de transformar um dia qualquer em feriado nacional?!
O
embuste da história recente de Angola é tão completo e manipulado que até mesmo
eles parecem acreditar nas mentiras que inventaram...
Se
incomodarmos o Sr. Engenheiro
de qualquer forma, sai a guarda pretoriana dele e nós ficamos quietos a vê-los barrar
ruas anarquicamente sem nos deixar alternativas para chegarmos a casa ou aos
empregos.
O povo
especial nem precisa ir trabalhar se resolvem fechar as ruas.
Se sairmos para almoçar e eles bloqueiam as ruas sem qualquer explicação, só temos uma hipótese: como povo especial não precisa de comer, dá-se meia volta de barriga vazia e volta-se para o emprego.
E isto
quando não ficamos horas parados à espera que o Sr. Engenheiro e sua comitiva recolham aos seus lares
e nos deixem, finalmente circular.
Entramos
em casa às escuras e saímos às escuras. Tomamos banho de caneca. Sim,
bem à moda do velho e antigo regime do MPLA-PT do século passado.
Luanda,
que ainda resiste a tantos maus-tratos e insiste em conservar os vestígios da
sua antiga beleza, agora é violentada pelos chineses, sodomizada
sistematicamente dia e noite. Está exaurida; de rastos, de cócoras diante dos
novos "amigos" do Sr. Engenheiro.
Eles dão-se, inclusive, ao luxo de erguerem dois a três restaurantes chineses
numa mesma rua.
A ilha
do Cabo tem mais restaurantes chineses que qualquer outra rua de qualquer outra
cidade ocidental ou africana : CINCO!
A China Town instalada em Luanda.
As
inscrições que colocam nos tapumes das obras em construção, admirem-se, estão escritas na língua
deles. Eles são os novos senhores. Os amigos do Sr. Engenheiro. A par do Sr. Falcone. A este foi-lhe oferecido um cargo e
passaporte diplomático.
Aos
outros, que andam aos bandos, é-lhes oferecido a carne fresca das nossas
meninas. Impunemente. Alegremente. Com o olhar benevolente dos canalhas de fato
e gravata.
Lá
fora, no mundo civilizado sem povos especiais, caçam os pedófilos. Aqui, criam
e estimulam pedófilos. Acham graça.
Qualidade de vida é coisa que o povo especial nem sabe o que é. Nem quantidade de vida, uma vez que morremos cedo, assim que fazemos 40 anos.
Se
vivermos mais um pouco, ficamos a dever anos à cova, pois não nos é permitida
essa rebeldia. E quem dura mais tempo, é castigado: ou tem parentes que cuidem
ou vai para a rua pedir esmola!
Importam-se
carros. E mais carros. De luxo. Esta é a imagem de marca deles: carros de luxo
em estradas descartáveis, esburacadas. Ah... E telemóveis!!!! Qualquer Prado ou Hummer tem que levar ao volante um elemento
com telemóvel.
Lá fora, no mundo civilizado sem povos especiais, é
proibido o uso do telemóvel enquanto se conduz. Aqui é sinal de "status",
de vaidade balofa!
Pobre
povo especial. Sem transportes, sem escolas, sem hospitais. À mercê dos
candongueiros, dos "dirigentes" e dos remédios que não existem. Sem perspectivas de futuro.
Os
nossos "amanhãs" já amanhecem a gemer: de fome, de miséria, de
subnutrição, de ignorância, de analfabetismo, de corrupção, de incompetência, de
doenças antes erradicadas, de ira contida, de revolta recalcada. O
grito está latente. Deixem-no sair: BASTA!
Colaboração:
Maria Mena
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